Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11612/1554
Autor(a): Chaves, Arlane Silva Carvalho
Orientador: Rosa, Carlos Mendes
Título: Mulheres menopausadas: percepções e sentimentos a respeito de não ter gerado filhos
Palavras-chave: Mulheres;Menopausa;Não-Maternidade;Saúde da Mulher
Data do documento: 2019
Citação: CHAVES, Arlane Silva Carvalho. Mulheres menopausadas: percepções e sentimentos a respeito de não ter gerado filhos. 2019. 181f. Dissertação (Mestrado em Ensino em Ciência e Saúde) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Ensino em Ciência e Saúde, Palmas, 2019.
Resumo: Os caminhos traçados pela mulher na sociedade, perpassam por continuidades e rupturas, sobretudo, no modo dela ser percebida, onde apesar de assumir novos papéis, a imagem da mulher-mãe ainda é muito valorizada. Para muitas, a maternidade biológica é uma experiência ímpar e diversos fatores corroboram para sua concretização, entretanto a opção ou problemas biológicos (naturais ou não), podem postergar ou impedir tal processo. Atualmente, pospor a maternidade tornou-se um fato comum, sobretudo entre as mulheres que trabalham além de seus lares. Por outro lado, essa postergação pode aproximá-la da menopausa, a qual é um fator biológico natural que marca o fim da fase reprodutiva. Assim, para a mulher que desejou gerar um filho e não conseguiu quando ainda era fértil, estar na menopausa pode ganhar significados e gerar sentimentos diferentes para ela, do que os experimentados por aquelas que vivenciaram a maternidade ou não a desejaram. A presente dissertação tem como objetivo investigar os sentimentos e as percepções das mulheres menopausadas1 sobre não ter gerado filhos. Trata de um estudo de abordagem qualitativa e natureza exploratória, realizado na cidade de Imperatriz – Maranhão e teve como participantes 9 mulheres menopausadas que desejaram, mas não geraram filhos. A pesquisa foi submetida à Plataforma Brasil e apreciada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Tocantins. Identificamos que as percepções em torno da maternidade ainda são romantizadas, ser mãe foi apontado como complemento para a mulher e sinônimo de responsabilidade e cuidado. A não maternidade para nossas participantes foi consequência de aspectos sociais (não constituição familiar, condições de trabalho e econômicas) e biológicos (endometriose, histerectomia precoce, dimensão de colo uterino alterada e infertilidade do parceiro). Não ser mãe gerou uma miscelânea de sentimentos, expressos sob forma de arrependimento, pesar, sofrimento, tristeza e solidão, para umas e de conformismo e tranquilidade para outras. Frente a variedade de emoções, maior parte de nossas participantes demonstrou ter encontrado conforto e consolo em Deus. O desejo de adotar para viver a experiência materna, foi significativo; em contraponto a maternidade de substituição (sobrinhos e afilhados) também apareceu como suficiente para algumas mulheres. Em cada mulher vemos a não maternidade como um percurso cheio de significados, pois cada uma constrói sua história, sendo afetada de maneira ímpar. Portanto, os profissionais que as acolhem, precisam estar sensíveis à subjetividade de cada uma, é necessário (re) pensar e (re) visitar as estratégias e intervenções, em especial no contexto da promoção da saúde, que contemplem a mulher menopausada, de modo a empoderá-las, para além da maternidade, e acolhê-las em sua singularidade.
Abstract: Paths traced by women in society are characterized by continuities and ruptures, especially in the way women are interpreted by society, where, despite women taking new social role each day, the image of the “woman-mother” (the motherhood) is still highly valued. For many of these women, biological motherhood is a unique experience and multiple factors corroborate its realization, however, the choice of having or not a child, or even biological problems (natural or not) may delay or prevent this process. Nowadays, motherhood has become a common fact especially among women who work beyond their homes. On the other hand, this delay may bring this woman closer to menopause, which is a natural and biological factor that marks the end of a woman's reproductive phase. Thus, for a woman who wanted to have a child and failed when she was still fertile, being in menopause can gain meaning and generate different feelings for her than those experienced by those who experienced motherhood or did not desire it. This dissertation aims to investigate the feelings and perceptions of menopausal2 women about not having children. This is an article of qualitative approach and exploratory nature, carried out in the city of Imperatriz, state of Maranhão, and had as participants 9 menopausal women who desired but did not have children. The research was submitted to Plataforma Brasil and was reviewed by the Ethics and Research Committee of the Federal University of Tocantins. We identified that the perceptions around motherhood are still romanticized, because being a mother was appointed as a complement to women and synonymous of responsibility and care. Not being a mother to our participants was a consequence of social (e.g.: not having a partner, working and/or economic conditions) and biological (e.g.: endometriosis, early hysterectomy, altered cervical dimension and partner infertility) aspects. Not being a mother generated a miscellany of feelings, expressed in the form of repentance, grief, suffering, sadness and loneliness for some and of conformity and tranquility for others. Faced with this variety of emotions, most of our participants demonstrated that they found some comfort in God. The desire to adopt a child to live the maternal experience was significant. In contrast, other ways of motherhood (raising nephews and godchildren) also appeared to be sufficient for some women. In each woman we see non-motherhood as a mosaic full of meanings in where each one builds her own story and is uniquely affected. Therefore, the professionals who receive those women need to be sensitive to each one's subjectivity and it is necessary to rethink and revisit the strategies and interventions of taking care of them, especially in the context of health promotion, which should include better the group of menopausal women, in order to empower them beyond motherhood and also to welcome them in their uniqueness.
URI: http://hdl.handle.net/11612/1554
Aparece nas coleções:Mestrado em Ensino em Ciência e Saúde

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Arlane Silva Carvalho Chaves - Dissertação.pdf2.92 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.