Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11612/1673
Autor(a): Dropa, Romualdo Flávio
Orientador: Leite, João de Deus
Título: Dizeres discentes nos cursos de Direito: discursividade arquetípica, sexista, heteronormativa e homofóbica em cena
Palavras-chave: Sexismo; Androcentrismo; Heteronormatividade; Homofobia; Documentação oficial; Discursividade; sexism; androcentrism; heteronormativity; homophobia; official documentation; discursiveness
Data do documento: 14-Dez-2018
Citação: DROPA, Romualdo Flávio. Dizeres discentes nos cursos de Direito: discursividade arquetípica, sexista, heteronormativa e homofóbica em cena.2018. 396f. Tese (Doutorado em Letras: ensino de Língua e Literatura) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Letras: ensino de Língua e Literatura, Araguaína, 2018.
Resumo: O objetivo desta tese é investigar a possível presença, ou não, de uma discursividade arquetípica de características sexistas, heteronormativas e homofóbicas nos dizeres dos discentes dos cursos de Direito, bem como verificar se ocorre, ou não, um atravessamento discursivo de teor jurídico nestes discentes, ao longo dos cinco anos de estudos. A problematização desta pesquisa envolve a questão da historicidade dos alunos do curso de Direito e a presença, ou não, de uma discursividade preconceituosa, a partir de um viés religioso, de maneira que seja possível compreender se a religiosidade dos discentes interferiu em sua historicidade e na sua tomada de posição ideológica. Também se analisará, brevemente, por meio da documentação oficial e das matrizes curriculares, o conteúdo jurídico oferecido pelos Cursos de Direito no Brasil, cujo objetivo é oferecer uma formação humanística, axiológica aos fututos profissionais, além da possibilidade de realizar uma tomada de posição ideológica, no sentido jurídico, e lhe proporcionar uma condição mais favorável para que, diante de sua historicidade, possa desestabilizar, ou não, determinados dizeres que conflitam com a formação jurídica. A metodologia utilizada será o aporte teórico, isto é, uma pesquisa do tipo bibliográfica, descritiva e de campo, de cunho qualitativo, com a utilização de entrevistas com roteiro semi-estruturado. Será demonstrado que tais dizeres se fazem presentes na formação discursiva dos discentes do Curso de Direito, por várias situações, dentre elas a presença de um arquétipo primordial, que se situa no inconsciente coletivo da humanidade, e que se subdivide em vários outros arquétipos, isto é, uma ideia ou padrão de pensamento capaz de constituir dizeres nos mais variados cantos da terra, uma vez que o arquétipo detém uma natureza ancestral. A figura arquetípica, uma vez instalada no inconsciente coletivo da humanidade, se manifesta no inconsciente individual, na forma de ideias ou padrões de comportamento, a depender do conteúdo com que tais ideias, a princípio de natureza comum, passam a ser preenchidas com determinadas características ou conceitos particulares. Assim, também será analisada a existência de um arquétipo patriarcal e outro, religioso, que dominam o inconsciente coletivo e, por consequência, o inconsciente individual, ganhando teores de características sexistas, heteronormativas e homofóbicas, que se manifestam na discursividade social, a partir da historicidade dos sujeitos, que são constituídos por meio da linguagem. Uma vez que os indivíduos são assujeitados pelas condições de produção, estas têm sua formação originária nos arquétipos, e, na presente pesquisa, nos arquétipos patriarcal e religioso, que levam à constituição de discursividades sexistas, heteronormativas e homofóbicas. Tais discursividades se encontram cristalizadas no inconsciente coletivo da humanidade, já que é possível encontrar registros de dizeres e, consequentemente, comportamentos machistas, androcêntricos, heteronormativos e homofóbicos em quase todas as culturas do mundo, nas mais diversas épocas. Mesmo estudando disciplinas, cujo conteúdo busca a formação de um profissional do Direito voltado para as questões humanistas e axiológicas, onde deve preponderar uma discursividade que vise à proteção dos Direitos Fundamentais e à garantia da dignidade da pessoa humana, tais sujeitos são constituídos por um atravessamento discursivo anterior, isto é, uma formação discursiva sexista, androcêntrica, heteronormativa e homofóbica, o que torna extremamente dificultosa sua desestabilização. Utilizando a inter(trans)disciplinaridade entre os campos da História, Arqueologia, Antropologia, Sociologia, Psicanálise freudo-lacanianajunguiana, Direito e Análise de Discurso de linha francesa peucheutiana, vou tentar demonstrar tais discursividades, tomando como base material algumas Cenas Enunciativas, colhidas a partir de entrevistas realizadas junto a discentes do último ano do Curso de Direito, buscando visualizar tais conteúdos arquetípicos de características sexistas, heteronormativas e homofóbicas em seus dizeres.
Abstract: Le but de cette thèse est d'enquêter la présence éventuelle, ou non, d'une discursivité archétypique avec des caractéristiques sexiste, hétéronormatif et homophobe aux dires des étudiants de cours de Droit, ainsi que vérifier si se produit, ou non, un croisement discursif de contenu juridique de ces étudiants, au long des cinq années d'études. La problématisation de cette recherche concerne la question de l'historicité des étudiants de cours de Droit et la présence, ou non, d’une discursivité préjugée, à partir d'un biais religieux, de manière que ce soit possible de comprendre si la religiosité des étudiants a interféré dans son historicité et dans sa prise de position idéologique. Ce sera aussi analysé, brièvement, à travers la documentation officielle et les matrices curriculaires, le contenu juridique offert par les Cours de Droit au Brésil, dont l'objectif est d'offrir une formation humaniste, axiologique aux futurs professionnels, en plus la possibilité de réaliser une prise de position idéologique, au sens juridique, et leur fournir une condition plus favorable pour que, face à son historicité, puisse déstabiliser, ou non, certains dires qui sont en conflit avec la formation juridique. La méthodologie utilisée sera l'utilisation d'un apport théorique, c'est-à-dire, une recherche de nature bibliographique, descriptive et de champ, de caractère qualitatif, avec l'utilisation d'un script d'entretien semi-structurés. On va démontrér que tels dires sont présents dans la formation discursive des étudiants, pour diverses situations, parmi elles la présence d'un archétype primordial situé dans l'inconscient collectif de l'humanité, et qui se subdivise en plusieurs autres archétypes, c’est-à-dire, une idée ou modèle de pensée capable d'être prononcé dans les coins les plus variés de la terre, puisque l'archétype a une nature ancestrale. La figure archétypique, une fois installée dans l'inconscient collectif de l'humanité, qui se manifeste dans l'inconscient individuel sous la forme d'idées ou modèles de comportement, en fonction du contenu avec de telles idées, le principe de nature commune, se remplissent avec certaines caractéristiques ou des concepts particuliers. Ainsi, on va démontrer que l'idée d'un archétype patriarcal et d’un autre, religieux, dominent l'inconscient collectif et, par conséquent, l'inconscient individuel, en gagnant des caractéristiques sexiste, hétéronormatives et homophobes, qui se manifeste dans le discours social, à partir de l'historicité des sujets, qui sont constitués par le langage. Une fois que les individus sont dépourvus de volonté par les conditions de production, ceux-ci ont leur formation initiale en archétypes, et, dans la présente recherche, les archétypes patriarcales et religieuses, qui conduisent la constitution des discours sexistes, homophobes et hétéronormatives. De tels discours sont cristallisés dans l'inconscient collectif de l'humanité, car il est possible de trouver des documents des paroles et, par conséquent, le comportement machiste, androcentrique, hétéronormatives et homophobes dans presque toutes les cultures du monde, dans plusieurs époques. Même en étudiant des disciplines, dont le contenu cherche la formation d'un professionnel de Droit tourné vers les questions humanistes et axiologiques, qui devrait prévaloir un discours émancipateur qui vise la protection des droits fondamentaux et la garantie de dignité de la personne humaine, ces sujets sont constitués par un croisement discoursif précédent, c’est-à-dire, une formation discursive sexiste, androcentrique, hétéronormatif et homophobe, ce qui rend extrêmement difficile sa déconstruction en classe. En utilisant l’inter(trans)disciplinarité entre les champs de l’histoire, de l’archéologie, de l’anthropologie, de la sociologie, de la psychanalyse freudo-lacaniennejungienne, du droit et de l’analyse du discours de ligne peucheutienne française, on va démontrer que telles discursivités en prenant comme base matérielle des scènes énonciatives recueillies lors des interviews réalisées auprès des étudiants de la dernière année du cours de droit, afin de visualiser ces contenus archétypaux de caractéristiques sexistes, androcentriques, hétéronormatives et homophobes dans leurs dires.
URI: http://hdl.handle.net/11612/1673
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