Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11612/6061
Autor(a): Sampaio, Ana Cristina Mendanha
Orientador: Mariano, Wagner dos Santos
Título: Frequência de Dor e Comprometimento Ocular em Pacientes Portadores de Hanseníase em Região Hiperendêmica do Norte do Brasil.
Palavras-chave: Dor neuropática. Hanseníase ocular. Mycobacterium leprae. Neurite. Saúde pública.;Dor neuropática. Hanseníase ocular. Mycobacterium leprae. Neurite. Saúde pública.
Data do documento: 2020
Citação: SAMPAIO, Ana Cristina Mendanha. 2020. 142f. Dissertação (Mestrado em Sanidade Animal e Saúde Pública nos Trópicos.) – Universidade Federal do Norte do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Sanidade Animal e Saúde Pública nos Trópicos, Araguaína, 2020.
Resumo: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa endêmica na Região Norte do Brasil, hiperendêmica no Estado do Tocantins e considerada um problema de saúde pública. Está relacionada a baixa escolaridade e condições socioeconômicas desfavoráveis, sendo mais frequente na raça negra e em indivíduos do gênero masculino. É causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que tem afinidade pela pele, nervos periféricos, olhos e mucosas. Dor e comprometimento ocular são achados comuns em pacientes hansenianos e são causas de estigmatização, isolamento e diminuição da qualidade de vida. Apesar disto, a avaliação oftalmológica e da dor não é realizada rotineiramente na abordagem destes pacientes. Este estudo possibilitou detectar a frequência de dor, dor neuropática, dor crônica, dor de intensidade severa e achados oftalmológicos em pacientes portadores de hanseníase. Trata-se de um estudo observacional transversal em que os pacientes hansenianos atendidos no Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins foram encaminhados para avaliação e coleta de dados no Hospital de Olhos do Tocantins, no período de setembro a novembro de 2019. Os dados foram coletados através de questionário, exame físico e pesquisa em prontuário. Neste estudo, 68,75% dos indivíduos eram do gênero masculino, 81,25% dos pacientes relataram renda até um salário mínimo, 68,75% relataram ser analfabetos ou ter ensino fundamental incompleto e 100% se autodeclararam da raça negra. Estes dados revelam alta frequência de hanseníase em indivíduos do gênero masculino, da raça negra e em situação de vulnerabilidade social. Foi observada alta frequência de achados oftalmológicos (100%), dor (87,5%), dor crônica (68,75%), dor neuropática (87,71%) e dor de intensidade severa (71,43%). Estes achados estão relacionados a um comprometimento importante da capacidade funcional destes pacientes. Existe um entendimento geral de associação de hanseníase com fenômenos sensitivos negativos, entretanto, dados deste estudo mostram que a dor é uma queixa frequente entre os pacientes hansenianos, assim como o comprometimento ocular ocorre em uma frequência alarmante. A maioria das alterações oftalmológicas em hanseníase podem ser evitadas. Elas prejudicam a independência do indivíduo e, quando somadas a outros distúrbios sensitivos e motores comuns no curso da doença, agravam ainda mais a qualidade de vida. Além disso, o diagnóstico tardio das lesões oftalmológicas pode resultar em quadros de cegueira. A avaliação oftalmológica e da dor como componente da abordagem multidisciplinar do paciente hanseniano colabora com a prevenção das incapacidades relacionadas à doença. Desta forma, sua inclusão na rotina de atendimento destes indivíduos contribui para a prevenção e controle destas sequelas. A região Norte e Amazônia Legal carece de estudos a respeito da ocorrência de dor e comprometimento ocular em hansenianos e, a alta frequência destes achados encontrada neste estudo, mostra a relevância destas alterações nestes pacientes. Esta pesquisa demonstra a necessidade da inclusão da avaliação oftalmológica e da dor nos hansenianos e novos estudos podem orientar medidas de saúde pública para prevenção e controle destas condições com alto poder incapacitante, e que muitas vezes são negligenciadas até mesmo pelos profissionais da saúde.
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa endêmica na Região Norte do Brasil, hiperendêmica no Estado do Tocantins e considerada um problema de saúde pública. Está relacionada a baixa escolaridade e condições socioeconômicas desfavoráveis, sendo mais frequente na raça negra e em indivíduos do gênero masculino. É causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que tem afinidade pela pele, nervos periféricos, olhos e mucosas. Dor e comprometimento ocular são achados comuns em pacientes hansenianos e são causas de estigmatização, isolamento e diminuição da qualidade de vida. Apesar disto, a avaliação oftalmológica e da dor não é realizada rotineiramente na abordagem destes pacientes. Este estudo possibilitou detectar a frequência de dor, dor neuropática, dor crônica, dor de intensidade severa e achados oftalmológicos em pacientes portadores de hanseníase. Trata-se de um estudo observacional transversal em que os pacientes hansenianos atendidos no Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins foram encaminhados para avaliação e coleta de dados no Hospital de Olhos do Tocantins, no período de setembro a novembro de 2019. Os dados foram coletados através de questionário, exame físico e pesquisa em prontuário. Neste estudo, 68,75% dos indivíduos eram do gênero masculino, 81,25% dos pacientes relataram renda até um salário mínimo, 68,75% relataram ser analfabetos ou ter ensino fundamental incompleto e 100% se autodeclararam da raça negra. Estes dados revelam alta frequência de hanseníase em indivíduos do gênero masculino, da raça negra e em situação de vulnerabilidade social. Foi observada alta frequência de achados oftalmológicos (100%), dor (87,5%), dor crônica (68,75%), dor neuropática (87,71%) e dor de intensidade severa (71,43%). Estes achados estão relacionados a um comprometimento importante da capacidade funcional destes pacientes. Existe um entendimento geral de associação de hanseníase com fenômenos sensitivos negativos, entretanto, dados deste estudo mostram que a dor é uma queixa frequente entre os pacientes hansenianos, assim como o comprometimento ocular ocorre em uma frequência alarmante. A maioria das alterações oftalmológicas em hanseníase podem ser evitadas. Elas prejudicam a independência do indivíduo e, quando somadas a outros distúrbios sensitivos e motores comuns no curso da doença, agravam ainda mais a qualidade de vida. Além disso, o diagnóstico tardio das lesões oftalmológicas pode resultar em quadros de cegueira. A avaliação oftalmológica e da dor como componente da abordagem multidisciplinar do paciente hanseniano colabora com a prevenção das incapacidades relacionadas à doença. Desta forma, sua inclusão na rotina de atendimento destes indivíduos contribui para a prevenção e controle destas sequelas. A região Norte e Amazônia Legal carece de estudos a respeito da ocorrência de dor e comprometimento ocular em hansenianos e, a alta frequência destes achados encontrada neste estudo, mostra a relevância destas alterações nestes pacientes. Esta pesquisa demonstra a necessidade da inclusão da avaliação oftalmológica e da dor nos hansenianos e novos estudos podem orientar medidas de saúde pública para prevenção e controle destas condições com alto poder incapacitante, e que muitas vezes são negligenciadas até mesmo pelos profissionais da saúde.
Abstract: Leprosy is an endemic infectious disease in the North of Brazil, hyperendemic in the State of Tocantins and considered a public health problem. It is related to low educational level and unfavorable socioeconomic conditions, being more frequent in the black race and in male individuals. It is caused by the bacillus Mycobacterium leprae, which has an affinity for the skin, peripheral nerves, eyes and mucous membranes. Pain and ocular involvement are common findings in leprosy patients and are causes of stigmatization, isolation and decreased quality of life. Despite this, ophthalmological and pain assessment is not routinely performed in the management of these patients. This study allowed to detect the frequency of pain, neuropathic pain, chronic pain, severe pain and ophthalmological findings in patients with leprosy. This is a cross-sectional observational study in which leprosy patients treated at the Hospital of Tropical Diseases of the Federal University of Tocantins were referred for evaluation and data collection at the Eye Hospital of Tocantins, from September to November 2019. Data were collected through questionnaire, physical exam and medical record research. In this study, 68.75% of the individuals were male, 81.25% of the patients reported income up to a minimum wage, 68.75% reported being illiterate or having incomplete elementary school and 100% declared themselves to be black. These data reveal a high frequency of leprosy in male, black and socially vulnerable individuals. A high frequency of ophthalmic findings (100%), pain (87.5%), chronic pain (68.75%), neuropathic pain (87.71%) and severe pain (71.43%) was observed. These findings are related to an important impairment of the functional capacity of these patients. There is a general understanding of the association of leprosy with negative sensory phenomena, however, data from this study show that pain is a common complaint among leprosy patients as well as ocular involvement occurs at an alarming rate. Most ophthalmic changes in leprosy can be avoided. They impair the individual's independence and, when added to other common sensory and motor disorders in the course of the disease, worsen the quality of life. In addition, the late diagnosis of ophthalmic lesions can result in blindness. Ophthalmological and pain assessment as a component of the multidisciplinary approach to leprosy patients collaborate with the prevention of disabilities related to the disease. Thus, their inclusion in the care routine of these individuals contributes to the prevention and control of these sequelae. The North Region of Brazil and Legal Amazon lack studies on the occurrence of pain and ocular impairment in leprosy patients, and the high frequency of these findings found in this study shows the relevance of these changes in these patients. This research demonstrates the need for the inclusion of ophthalmological and pain assessment in leprosy patients, and new studies can guide public health measures to prevent and control these conditions with high disabling power, which are often neglected even by health professionals.
Leprosy is an endemic infectious disease in the North of Brazil, hyperendemic in the State of Tocantins and considered a public health problem. It is related to low educational level and unfavorable socioeconomic conditions, being more frequent in the black race and in male individuals. It is caused by the bacillus Mycobacterium leprae, which has an affinity for the skin, peripheral nerves, eyes and mucous membranes. Pain and ocular involvement are common findings in leprosy patients and are causes of stigmatization, isolation and decreased quality of life. Despite this, ophthalmological and pain assessment is not routinely performed in the management of these patients. This study allowed to detect the frequency of pain, neuropathic pain, chronic pain, severe pain and ophthalmological findings in patients with leprosy. This is a cross-sectional observational study in which leprosy patients treated at the Hospital of Tropical Diseases of the Federal University of Tocantins were referred for evaluation and data collection at the Eye Hospital of Tocantins, from September to November 2019. Data were collected through questionnaire, physical exam and medical record research. In this study, 68.75% of the individuals were male, 81.25% of the patients reported income up to a minimum wage, 68.75% reported being illiterate or having incomplete elementary school and 100% declared themselves to be black. These data reveal a high frequency of leprosy in male, black and socially vulnerable individuals. A high frequency of ophthalmic findings (100%), pain (87.5%), chronic pain (68.75%), neuropathic pain (87.71%) and severe pain (71.43%) was observed. These findings are related to an important impairment of the functional capacity of these patients. There is a general understanding of the association of leprosy with negative sensory phenomena, however, data from this study show that pain is a common complaint among leprosy patients as well as ocular involvement occurs at an alarming rate. Most ophthalmic changes in leprosy can be avoided. They impair the individual's independence and, when added to other common sensory and motor disorders in the course of the disease, worsen the quality of life. In addition, the late diagnosis of ophthalmic lesions can result in blindness. Ophthalmological and pain assessment as a component of the multidisciplinary approach to leprosy patients collaborate with the prevention of disabilities related to the disease. Thus, their inclusion in the care routine of these individuals contributes to the prevention and control of these sequelae. The North Region of Brazil and Legal Amazon lack studies on the occurrence of pain and ocular impairment in leprosy patients, and the high frequency of these findings found in this study shows the relevance of these changes in these patients. This research demonstrates the need for the inclusion of ophthalmological and pain assessment in leprosy patients, and new studies can guide public health measures to prevent and control these conditions with high disabling power, which are often neglected even by health professionals.
URI: http://hdl.handle.net/11612/6061
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