Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11612/6122
Autor(a): Burns, Leonardo Vaz
Orientador: Barbosa, Silvia Minharro
Título: Efeito da Distância de Transporte e Condições Climáticas Sobre os Indicadores Fisiológicos de Bem-estar dos Bovinos.
Palavras-chave: Bovinos, Glicogênio hepático, Método colorimétrico, Qualidade da carne, Transporte .
Data do documento: 2019
Editor: Universidade Federal do Tocantins
Programa: Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal Tropical - PPGCat
Citação: BURNS, Leonardo Vaz. 2019. 72f. TESE (Doutorado em Ciência Animal Tropical) – Universidade Federal do Norte do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal Tropical, Araguaína, 2019.
Resumo: O primeiro capítulo teve como objetivo avaliar os efeitos de diferentes distâncias de transporte ao frigorífico sobre o bem-estar de bovinos machos e fêmeas durante a época de chuva e seca, a partir da análise de indicadores hematobioquímicos e físico-químicos da carcaça. Foram utilizados 297 bovinos anelorados e mestiços, sendo 147 fêmeas e 150 machos não-castrados provenientes de fazendas do Tocantins. Os animais foram alocados em grupos de acordo com a condição sexual, época do ano e distância de transporte: <50 km, 100-200 km, 201-300 km e >300 km. Foram coletadas amostras de sangue para análises hematobioquímicas e o pH da carcaça fria foi medido após 24 horas de resfriamento. O transporte por longas distâncias aumenta o hematócrito, ureia, creatinina, lactato, creatina quinase (CK), aspartato aminotransferase (AST) e o pH final (pHu) da carcaça. Os machos tiveram aumento da creatinina, de CK e AST e do pHu, e as fêmeas apresentaram aumento do hematócrito, ureia, glicose e lactato. Transporte na época de seca eleva a albumina, creatinina, glicose, CK e AST. Já o transporte na época de chuva aumenta a ureia. As proteínas totais, hematócrito, lactato e pHu foram afetados tanto pela época de seca quanto pela época de chuva. Podemos concluir que o transporte por longas distâncias prejudica o bem-estar, causando desidratação e estresse físico, contribuindo para formação de uma carne DFD. Os machos foram mais sensíveis ao estresse físico e às lesões musculares. Já as fêmeas apresentaram maior reatividade ao estresse e menor capacidade de adaptação aos agentes estressores. O transporte durante a época de seca causa desidratação e estresse psicológico e físico. O segundo capítulo objetivou comparar a técnica colorimétrica e a coloração pelo ácido periódico de Schiff (PAS) para quantificar o glicogênio hepático, na tentativa de estabelecer correlação entre elas e a possibilidade da utilização de ambas as técnicas de mensuração do glicogênio na rotina laboratorial. Para a análise do glicogênio, foram coletadas amostras de 5 cm2 de fígado de 297 bovinos na linha de abate, embaladas em saco plástico e refrigerados logo após a coleta. Amostras de 1 cm2 do fígado foram fixadas em formol 10% tamponado para análise histoquímica e o restante foi congelado em freezer a -20°C para determinação bioquímica do glicogênio. Para análise histoquímica do glicogênio, foi feita a coloração do tecido pelo ácido periódico de Schiff (PAS) enquanto que para a avaliação bioquímica foi utilizado método colorimétrico segundo metodologia de Dubois et al. (1956). Os resultados mostram não haver correlação significativa (R2 = 0,29) entre o método colorimétrico e a coloração de PAS para quantificação do glicogênio hepático. Conclui-se que a análise bioquímica pelo método colorimétrico, por se tratar de um método quantitativo, deve ser a metodologia de escolha a ser aplicada para quantificação do glicogênio hepático na rotina laboratorial.
Abstract: In the first chapter, the aim was to evaluate the effects of transport distance on the welfare of male and female cattle transported to the slaughterhouse during rainy and dry season, from the hematological parameters and physicochemical analysis of the carcass. A total of 297 bovines Nelore and crossbred, being 147 females and 150 non-castrated males. The animals were allocated in groups according to sex and distance traveled to the slaughterhouse: <50 km, 100-200 km, 201-300 km and> 300 km. Blood samples were collected during exsanguination for hemato-biochemical and the pH final (pHu) was measured in cold carcass after 24 hours of cooling. As results, transport over long distances cause increase in hematocrit, urea, creatinine, lactate and increase serum activity of creatine kinase (CK), aspartate aminotransferase (AST) and pHu of the carcass. Males had increased creatinine, CK and AST and higher pHu of the carcass. Females had increased in hematocrit, urea, glucose and lactate. The animals transported during dry season had increase in albumin, creatinine, glucose, CK and AST. The animals transported in the rainy season had increase in serum urea. The total proteins, hematocrit, lactate and pHu were affected both by dry and rainy season. We conclude that transport over long distances interferes with well-being, causing dehydration and physical stress, resulting in increased pHu of the carcass, contributing to form DFD meat. Males were more sensitive to physical stress and muscle injuries. Females showed greater reactivity to effects of stress and less capacity of adapt to stress. Animals transported during the dry season presented dehydration and increased emotional and physical stress. In the second chapter, the aim was to establish if there is a correlation between the colorimetric technique and the periodic-acid Schiff (PAS) staining method for quantification of glycogen, allowing the use of both techniques in the measurement of liver glycogen. Samples of 5 cm2 of liver were collected of 297 bovines after evisceration in slaughter line, packed in plastic bag, identified and refrigerated immediately after collection. Then, 1 cm2 samples of liver were fixed in 10% buffered formalin for histochemical analysis and the remainder frozen in a freezer at -20 °C for biochemical analysis of glycogen. For the histochemical analysis, the tissue was stained by periodic-acid Schiff (PAS) while to biochemical evaluation was used colorimetric method according to Dubois et al. (1956). A simple correlation analysis was performed to compare the glycogen content results obtained by the colorimetric and the PAS staining method. The significance level considered was 95%. The results show no significant correlation (R2 = 0.29) between the colorimetric method and the PAS staining for liver glycogen quantification. Thus, it can be concluded that the biochemical analysis by the colorimetric method, because it is a quantitative method, should be the methodology of choice to be applied for quantification of liver glycogen in the laboratory routine.
URI: http://hdl.handle.net/11612/6122
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