Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11612/7057
Autor(a): Lopes, Paula Lorhanna Barbosa
Orientador: Silva, Marco Augusto Giannoccaro da
Título: Estudo da eficácia anti-helmíntica e resistência parasitária de avermectinas administradas por vias oral e intramuscular e Avaliação do perfil bioquímico em Equinos naturalmente infectados provenientes da Amazônia legal
Palavras-chave: Cavalo. Doramectina. Endoparasitas. Ivermectina, OPG. TRCOF.
Data do documento: 2023
Citação: LOPES, Paula Lorhanna Barbosa. Estudo da eficácia anti-helmíntica e resistência parasitária de avermectinas administradas por vias oral e intramuscular e Avaliação do perfil bioquímico em Equinos naturalmente infectados provenientes da Amazônia legal. 2023. 52f. Dissertação – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-graduação em Sanidade animal e Saúde pública nos trópicos, Araguaína, 2023.
Resumo: Os parasitas gastrointestinais são responsáveis por causar diversos prejuízos e alterações no organismo de equinos. O uso abusivo de antiparasitários com o objetivo de prevenir e tratar animais, contribui para o aumento de pressão de seleção química para parasitos resistentes, diminuindo a eficácia anti-helmíntica e aumentando a carga parasitária podendo levar os animais a óbito. Assim, objetivou-se com a presente pesquisa avaliar a eficácia anti-helmíntica da ivermectina 1% e doramectina 1% injetáveis administradas pela via oral e intramuscular em equinos naturalmente infectados, bem como os possíveis danos renais, hepático e muscular promovidos por estes produtos e, o custo-benefício comparado aos produtos comerciais destinados à equídeos. Para tal, utilizou-se 60 equinos, machos e fêmeas, de diferentes idades, de duas propriedades rurais da microrregião de Araguaína, Tocantins, onde estabeleceu-se dois grupos de 30 animais. Em cada propriedade, os animais foram divididos em três subgrupos, sendo: G1=grupo controle (n=10), que não recebeu tratamento; G2=animais tratados com ivermectina ou doramectina na dose de 0,2mg/kg pela via intramuscular (n=10); G3=animais tratados com ivermectina ou doramectina na dose de 0,2mg/kg pela via oral (n=10). Para a avaliação parasitológica, amostras de fezes foram coletadas diretamente da ampola retal 30 dias antes do início do experimento para confirmar o parasitismo, no dia do tratamento antes da administração dos produtos (D0) e nos dias 14 (D+14) e 28 (D+28) pós-tratamento. Em todas as amostras realizou-se a contagem de ovos por grama de fezes (OPG) e a coprocultura. Para o teste de eficácia dos anti-helmínticos utilizou-se o Teste de Redução de Contagem de Ovos nas Fezes (TRCOF) proposto por Coles et al. (1992). Para identificação de possível efeito agudo dos produtos utilizados determinou-se as concentrações séricas de aspartato aminotransferase (AST), Gama GT (GGT), creatina quinase (CK), lactato desidrogenase (LDH), uréia (UR) e creatinina (CREAT) no D0, às 6, 24 e 48 horas e 14 dias pós-tratamento. A análise termográfica para avaliação do local da aplicação intramuscular foi realizada às 6, 24 e 48h após a aplicação bem como aos 7, 14, 21 e 28 dias após o tratamento. Para a análise do custo-benefício empregou-se o valor por mL quando da obtenção dos produtos utilizados e calculou-se o valor para 600kg, sendo este o maior peso vivo alcançado pelos produtos orais comerciais próprios para a espécie, e comparou-se com o preço médio de mercado destes, após cotação em três lojas distintas da cidade de Araguaína. A coprocultura demonstrou que o parasitismo dos animais era exclusivamente por ciatostomíneos. O OPG no D0 de todos os grupos estudados, tanto para a ivermectina quanto para a doramectina não apresentaram diferença estatística (p>0,05), demonstrando homogeneidade entre eles. No D+14 houve diferença significativa no G2 e G3 em relação ao G1para a ivermectina e apenas em G3 para a doramectina. No TRCOF, independente do princípio ativo e via de administração, não se alcançou a porcentagem mínima exigida (95%). Para as variáveis bioquímicas, embora se detectou alterações estatisticamente significativas, não se pode afirmar que essas se devam ao uso dos produtos, uma vez que também o grupo controle as apresentou, além de que não seguiram um padrão de ocorrência. Os valores encontrados para as variáveis CK, AST, UR e CREAT estavam dentro do estabelecido como referência. Na avaliação termográfica realizada nos animais do G1 e G2, não se observou alteração no padrão de imagem e nem nos valores da temperatura. Na análise do custo-benefício, os valores para os produtos utilizados foram significativamente menores do que as pastas orais existentes, porém, a ineficácia dos produtos inviabiliza o uso. Conclui-se que há resistência parasitária aos princípios ativos utilizados, que é necessário a adoção de novas estratégias para controle de helmintos em equinos do Norte do Tocantins e, ainda, que mesmo com o uso da ivermectina 1% ou doramectina 1% injetáveis, os equinos podem ter sua saúde e bem-estar comprometidos por parasitas intestinais.
Abstract: Gastrointestinal parasites are responsible for causing various damages and alterations in the bodies of horses. The abusive use of antiparasitic drugs, with the aim of preventing parasites and treating animals contributes to increased chemical selection pressure for resistant parasites, reducing the anthelmintic efficacy and increasing the parasite load, which can lead to animal death. Thus, the objective of this research was to evaluate the anthelmintic efficacy of injectable ivermectin 1% and doramectin 1% administered orally and intramuscularly in naturally infected horses, as well as the possible kidney, liver, and muscle damage caused by these products, and the cost-benefit of these drugs compared to commercial products intended for equines. To this end, 60 horses, males and females, of different ages, from two rural properties in the microregion of Araguaína, Tocantins, were used, establishing two groups of 30 animals. On each property, the animals were divided into three subgroups, as follows: G1=control group (n=10), which did not receive treatment; G2=animals treated with ivermectin or doramectin at a dose of 0.2mg/kg intramuscularly (n=10); G3=animals treated with ivermectin or doramectin at a dose of 0.2mg/kg orally (n=10). For parasitological evaluation, fecal samples were collected directly from the rectal ampoule 30 days before the start of the experiment to confirm parasitism, on the day of treatment before administration of the products (D0), and on days 14 (D+14) and 28 (D+28) post-treatment. In all samples, eggs per gram of feces (EPG) and stool culture were performed. To test the effectiveness of anthelmintics, the Fecal Egg Count Reduction Test (FECRT) proposed by Coles et al. (1992) was utilized. To identify a possible acute effect of the products used, serum concentrations of aspartate aminotransferase (AST), Gamma GT (GGT), creatine kinase (CK), lactate dehydrogenase (LDH), urea (UR) and creatinine (CREAT) were determined on D0, and at 6, 24, and 48 hours, and 14 days post- treatment. Thermographic analysis was carried out to evaluate the intramuscular application site at 6, 24, and 48 hours after application as well as at 7, 14, 21, and 28 days after treatment. For the cost-benefit analysis, the value per mL when obtaining the products was used and calculated for 600kg, this being the highest live weight indicated by commercial oral products suitable for the species. This value was then compared with the average market price, from quotations obtained in three different stores in the city of Araguaína. The stool culture demonstrated that the parasitism of the animals was exclusively caused by cyathostomins. The EPG on D0 of all groups studied, for both ivermectin and doramectin, showed no statistical difference (p>0.05), demonstrating homogeneity between them. On D+14 there was a significant difference in G2 and G3 in relation to G1 for ivermectin and only in G3 for doramectin. In the FECRT, regardless of the active ingredient and route of administration, the minimum percentage required (95%) was not reached. For biochemical variables, although statistically significant alterations were detected, it cannot be stated that these were due to the use of the products, since the control group also presented these alterations, and no pattern of occurrence was observed. The values found for the variables CK, AST, UR, and CREAT were within the established reference range. In the thermographic evaluation carried out on animals in G1 and G2, no alterations were observed in the image pattern or temperature values. In the cost-benefit analysis, the costs of the products used were significantly lower than existing oral pastes, however, the ineffectiveness of the products makes their use unfeasible. It is concluded that there is parasitic resistance to the active principles used, and, thus, it is necessary to adopt new strategies to control helminths in horses in the North of Tocantins. Furthermore, even after the use of injectable ivermectin 1% or doramectin 1%, the health and well-being of horses can be compromised by intestinal parasites.
URI: http://hdl.handle.net/11612/7057
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