Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11612/7418
Autor(a): Pereira, Thayza Miranda
Orientador: Silva, Lucilane Maria Sales da
Título: "Mãos que afagam e afastam": redes sociais do cuidado às pessoas com hanseníase
Palavras-chave: Hanseníase;Estigma;Lepra;Redes Sociais;Hansen´s disease;Stigma;Leprosy;Social Networks
Data do documento: 27-Ago-2018
Editor: Universidade Estadual do Ceará
Programa: Programa de Pós-Graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde
Citação: PEREIRA, Thayza Miranda. "Mãos que afagam e afastam": redes sociais do cuidado às pessoas com hanseníase. 2018. 130f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde, Fortaleza, 2018.
Resumo: A hanseníase é uma doença crônica e negligenciada, com alto poder incapacitante atribuído, em parte, ao diagnóstico tardio e ao estigma social sobre o adoecer. Redes sociais são relações que conectam diferentes pessoas, grupos ou instituições, que possuem maior ou menor coesão, interatividade, sustentabilidade, duração, entre outros atributos. Tem-se como objetivo conhecer as redes sociais das pessoas acometidas pela hanseníase na perspectiva do cuidado. Estudo com abordagem quanti-qualitativa ancorado no referencial de Análise de Redes Socias e nos conceitos nucleares de Bourdieu. Coleta de dados realizada em dois territórios de abrangência da Estratégia Saúde da Família com alta endemicidade para hanseníase, no município de Sobral-Ceará, no período de julho a agosto de 2017, por meio de análise documental (sistemas de informação e relatórios de territorialização dos bairros Sumaré e Padre Palhano) e entrevistas semi-estruturadas realizadas com 17 pessoas acometidas pela hanseníase. Para conhecimento das redes sociais de cuidado dos territórios, utilizou-se o software Ucinet© e NetDraw©, obtendo assim a representação quantitativa por meio de grafos. Os depoimentos obtidos nas entrevistas subsidiram a dimensão qualitativa na análise dos dados por meio de narrativas. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Universidade Estadual do Ceará, parecer nº 2.100.093. As redes sociais das pessoas acometidas pela hanseníase se configura como redes egocêntricas, com centralidade nos familiares (rede primária) e profissionais de saúde e serviços de saúde (rede secundária). Quanto ao grau de intermediação, a rede demonstrou a importância do vínculo estabelecido pelo agente comunitário de saúde no processo de escuta e cuidado, bem como a relevância do capital cultural relacionado ao serviço de referência em hanseníase. Das narrativas dos agentes sociais emergiram 3 categorias: Rede institucional: vigilância dos corpos visíveis; Rede familiar como apoio para o enfrentamento da doença; Sentidos produzidos: mãos que afagam e afastam. Nas narrativas, percebe-se a importância dos laços familiares e de amizade, como apoio e afetividade durante o adoecer; a demora para descoberta da doença e início do tratamento; a busca por informações sobre a doença no espaço virtual; as incapacidades físicas e os episódios reacionais como mantenedor do estigma social, configurando uma vigilância a partir das marcas no corpo. Desdobra-se da análise destas categorias a necessidade iminente de repensar o contexto da prática social de saúde da pessoa com hanseníase, visando superar modelos normativos no processo de cuidado pelos serviços de saúde, considerando a dimensão sociocultural e política na produção de saberes incorporados e constituídos no cotidiano dos sujeitos, sendo a rede social uma possibilidade de construção, interação e compreensão do cuidado em hanseníase.
Abstract: Leprosy is a chronic and neglected disease with a high incapacitating power, which is attributed to a late diagnosis and social stigma about becoming ill. Social networks are relationships that connect different people, groups or institutions, that own bigger or smaller cohesion, interactivity, sustainability, duration, among other attributes. The objective of this study is getting to know the social networks of the people who are affected by leprosy from the perspective of care. The approach of the study is quantitative-qualitative anchored in the Social Network Analysis framework and the Bourdieu nuclear concepts. Data collection was held in two territorial scopes of the Family Health Strategy Program with high endemicity for leprosy, in the municipality of Sobral-Ceará, from July to August 2017, through documental analysis (information systems and territorial reports of the boroughs Sumaré and Padre Palhano) and semi-structured interviews held with 17 people affected by leprosy. In order to get to know the territorial care social networks, the Ucinet © and NetDraw © software were utilized and quantitative representation through graphs was obtained. The statements obtained in the interviews subsidized the qualitative dimension in the data analysis through narratives. This study was approved by the Research Ethics Committee of the State University of Ceará, ethical approval number 2,100,093. The social networks of people affected by leprosy are egocentric, with a focus on the family (primary network) and healthcare practioners and health services (secondary network). Regarding to the degree of mediation among subjects and healthcare practioners, the network depicted the importance of the bondage established by the community health agent in the process of listening and caring as well as the relevance of the cultural capital related to the reference service in leprosy. From the social agent narratives, three categories emerged: Institutional network: surveillance of visible bodies; Family network as support for coping with the disease; Produced senses: hands that caress and push away. In the narratives, it has been noticed the importance of family and friendship bonds as a way of supporting and being affectionate during the illness; the long await to find out the disease and the onset of the treatment; the search for information about the disease on the internet; the physical incapacities and the reactional episodes as maintainer of the social stigma, thus setting up a surveillance of the scars on the body. The analysis of these categories has unfolded the imminent need to rethink the context of the social health practice of the person with leprosy, aiming at overcoming normative models in the process of care by the health services, considering the sociocultural and political dimension in the production of knowledge incorporated and established in the subjects' daily life, thus making the social network a possibility of construction, interaction and understanding of leprosy care.
URI: http://hdl.handle.net/11612/7418
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