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Autor(a): Souza, Lys Maria Ramos de
Orientador: Demarchi, André Luís Campanha
Título: Ajëgy Ixu'pe: comunicação intermundos, educação e memória do povo Ãwa-Canoeiro do Araguaia
Palavras-chave: Ãwa-Canoeiro; Comunicação; Escola Indígena Tutawa Ãwa; Terra Indígena Taego Ãwa; Communication; Tutawa Ãwa Indigenous School; Taego Ãwa Indigenous Land
Data do documento: 10-Jul-2025
Citação: SOUZA, Lys Maria Ramos de. Ajëgy Ixu'pe: comunicação intermundos, educação e memória do povo Ãwa-Canoeiro do Araguaia.2025. 137f. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Sociedade) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Sociedade, Palmas, 2025.
Resumo: Esta dissertação apresenta um estudo etnográfico focado na Escola Indígena Tutawa Ãwa, situada na Aldeia Indígena Itarô Ãwa, do povo Ãwa-Canoeiro do Araguaia. A pesquisa investiga como a comunicação, a memória, a luta e a educação se articulam na trajetória desse povo no contexto de sua luta pela demarcação da Terra Indígena Taego Ãwa. Foi adotada a etnografia multissituada inspirada em Luciana de Oliveira (2017) com utilização das técnicas de diário de campo, observação participante ativa e passiva e análise das experiências etnográficas para investigar os fenômenos sociais complexos e as práticas comunicacionais do povo Ãwa-Canoeiro em diversos contextos: na Aldeia Itarô, na Escola Indígena Tutawa Ãwa, em interações digitais (WhatsApp e Instagram) e em articulações com instituições do Estado, para essa análise foram utilizados os trabalhos de Kamutja Ãwa (2021;2021;2023). Os processos comunicativos do povo Ãwa-Canoeiro são analisados sob a ótica da "comunicação intermundos" (Oliveira, 2020), que transcende as fronteiras entre diferentes mundos e culturas, incluindo a comunicação com agências não-humanas como espíritos e sonhos. A partir da experiência etnográfica, apresento a Escola Indígena Tutawa Ãwa, por sua vez, como um "território político e simbólico" e um "fórum cosmopolítico”, onde saberes tradicionais e conteúdos escolares coexistem, desafiando a colonialidade do saber. Desta forma, a luta pela demarcação da Terra Indígena Taego Ãwa e a criação da escola são vistas como movimentos indissociáveis, sendo a educação um espaço de reexistência e autonomia. Assim, a Escola Indígena Tutawa Ãwa se configura como um agente central nas comunicações intermundos do povo Ãwa, sendo um espaço de resistência e de produção de saberes, promovendo cosmopolíticas que fundamentam a luta por direitos e a construção de novas formas de existir.
Abstract: This dissertation presents an ethnographic study focused on the Tutawa Ãwa Indigenous School, located in the Itarô Ãwa Indigenous Village of the Ãwa-Canoeiro people of the Araguaia region. The research investigates how communication, memory, resistance, and education intersect in the trajectory of this people within the context of their struggle for the demarcation of the Taego Ãwa Indigenous Land. A multi-sited ethnographic approach inspired by Luciana de Oliveira (2017) was adopted, employing techniques such as field diaries, active and passive participant observation, and analysis of ethnographic experiences to explore the complex social phenomena and communicative practices of the Ãwa-Canoeiro people across various contexts: in the Itarô Village, at the Tutawa Ãwa Indigenous School, in digital interactions (WhatsApp and Instagram), and in engagements with State institutions. The communicative processes of the Ãwa-Canoeiro people are analyzed through the lens of "interworld communication" (Oliveira, 2020), which transcends the boundaries between different worlds and cultures, including communication with non-human agencies such as spirits and dreams. Drawing from the ethnographic experience, I present the Tutawa Ãwa Indigenous School as both a "political and symbolic territory" and a "cosmopolitical forum," where traditional knowledge and formal education coexist, challenging the coloniality of knowledge. In this way, the struggle for the demarcation of Taego Ãwa Indigenous Land and the establishment of the school are seen as inseparable movements, with education serving as a space of re-existence and autonomy. Thus, the Tutawa Ãwa Indigenous School emerges as a central agent in the Ãwa people's interworld communications, acting as a space of resistance and knowledge production, fostering cosmopolitics (Stengers, 2018), which underpin the fight for rights and the creation of new ways of being.
URI: http://hdl.handle.net/11612/7960
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